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quinta-feira, 5 de setembro de 2024 às 11:42 GMT+0

A "violência armada": Análise do panorama global e impactos no Brasil e nos EUA

A violência armada é uma emergência global de saúde que causa inúmeras mortes, ferimentos e custos econômicos. Um novo relatório da Comissão Lancet sobre Violência Armada Global e Saúde busca esclarecer a extensão desse problema e promover soluções baseadas em evidências.

Dados globais e impacto

  • Em 2021, a violência armada resultou em 183.000 mortes violentas em todo o mundo. Os Estados Unidos estão entre os países mais afetados, com a violência armada sendo uma das principais causas de morte prematura. Em média, 48.000 americanos morrem anualmente devido a armas de fogo, o que equivale a cerca de 120 mortes por dia. Metade dessas mortes são homicídios, e o restante se divide entre suicídios e disparos acidentais. Embora tiroteios em massa recebam ampla cobertura, representam menos de 2% das mortes por armas de fogo.

Situação nos Estados Unidos

  • Nos EUA, a violência armada tem um impacto profundo na sociedade. A taxa de mortes por armas de fogo é muito maior do que em outros países desenvolvidos. Em 2021, essa taxa foi de 4,3 mortes por 100.000 habitantes, que é sete vezes a do Canadá e 340 vezes a do Reino Unido. Em 2022, a taxa de homicídios por armas de fogo nos EUA foi 19 vezes maior que na França, 33 vezes maior que na Austrália e 77 vezes maior que na Alemanha. Além disso, os EUA representam quase 9% dos assassinatos globais por armas de fogo e têm uma taxa alarmante de mortes de crianças e adolescentes devido a armas.

Situação no Brasil

  • O Brasil enfrenta um problema igualmente grave com a violência armada. Em 2023, cerca de 32.000 brasileiros foram mortos por armas de fogo, e desde 2019, o número total de mortes foi de 172.000. No Brasil, mais de 70% dos homicídios envolvem armas de fogo, comparado com a média global de 40%. A violência armada no Brasil afeta desproporcionalmente jovens, com mais de 52% das vítimas sendo pessoas entre 15 e 29 anos. A maioria das vítimas é masculina (94%) e negra (69%), refletindo a natureza desigual da violência armada.

Comparação internacional

  • A violência armada afeta desproporcionalmente a América Latina e o Caribe. Aproximadamente 73% dos homicídios na região envolvem armas de fogo, bem acima da média global de 40%. Os países da região enfrentam uma alta taxa de homicídios devido a violência relacionada a drogas e crime organizado. Grande parte das armas usadas nesses homicídios é exportada dos Estados Unidos, que é o maior fabricante e exportador de armas do mundo.

Medidas e Legislação

  • Para enfrentar a epidemia de violência armada, é fundamental implementar e aplicar leis rigorosas sobre armas de fogo. Nos EUA, a Lei Bipartidária de Comunidades Mais Seguras de 2022 introduziu várias medidas, como a ampliação das verificações de antecedentes para compradores de armas menores de 21 anos e leis de bandeira vermelha para remover armas de pessoas consideradas perigosas por um juiz. Outros países têm adotado medidas similares, como proibições de armas automáticas e semiautomáticas e programas de recompra de armas.

  • Apesar das evidências que mostram a eficácia dessas medidas, há resistência a legislações mais rigorosas, especialmente nos EUA, onde as armas estão profundamente enraizadas na cultura e na política. No entanto, uma maioria dos americanos acredita que a obtenção legal de armas é muito fácil e apoia leis mais restritivas.

A violência armada é uma crise global que afeta particularmente os EUA e o Brasil. Enquanto os EUA têm a taxa mais alta de mortes por armas de fogo entre países desenvolvidos, o Brasil enfrenta uma alta taxa de homicídios relacionados a armas. A implementação de medidas legislativas rigorosas e a promoção de um diálogo informado sobre o problema são essenciais para combater essa epidemia e salvar vidas.

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