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quarta-feira, 25 de setembro de 2024 às 12:41 GMT+0

A "Pandemia Silenciosa" de infecções fúngicas resistentes

Uma nova ameaça está crescendo silenciosamente no campo da saúde global. Estima-se que infecções fúngicas resistentes causem cerca de 3,8 milhões de mortes anuais. Publicado na renomada revista científica The Lancet, um artigo recente destaca o risco crescente de resistência aos antifúngicos, chamando a atenção da comunidade médica e cientistas em todo o mundo.

Principais patógenos fúngicos

Os fungos resistentes mais preocupantes incluem:

  • Aspergillus: Comum no ambiente, mas letal em pacientes imunocomprometidos.
  • Candida: Conhecida por causar infecções em hospitais.
  • Nakaseomyces glabratus: Um fungo emergente resistente a múltiplos tratamentos.
  • Trichophyton indotineae: Associado a infecções cutâneas resistentes.

Fatores de resistência

  • A resistência fúngica não é causada por bactérias ou vírus, mas pelo uso extensivo de agrotóxicos e fungicidas na agricultura. O Prof. Ferry Hagen explicou que a semelhança entre as células fúngicas e humanas dificulta o desenvolvimento de tratamentos eficazes, pois é fácil causar toxicidade ao paciente.

  • Os fungicidas utilizados na agricultura têm mecanismos semelhantes aos antifúngicos médicos, levando à resistência cruzada. Isso significa que, mesmo antes de novos medicamentos antifúngicos entrarem no mercado, já são desenvolvidas resistências, prejudicando os tratamentos.

Importâncias e Relevâncias

  • Número alarmante de mortes: As infecções fúngicas resistentes já são responsáveis por 3,8 milhões de óbitos por ano.
  • Falta de tratamento eficaz: A similaridade entre células fúngicas e humanas dificulta a criação de medicamentos sem efeitos tóxicos.
  • Uso agrícola: O uso de fungicidas na agricultura está acelerando a resistência aos tratamentos médicos, criando um ciclo vicioso.
  • Colaboração global necessária: Os cientistas estão pedindo um acordo global para limitar o uso de certas moléculas antifúngicas, especialmente no setor agrícola.

Possíveis soluções

Os cientistas sugerem restrições ao uso de moléculas antifúngicas na agricultura e colaboração global entre setores de saúde e agropecuária para equilibrar a segurança alimentar e a saúde humana.

Restringir o uso de moléculas antifúngicas na agricultura

  • Problema: O uso de fungicidas agrícolas com mecanismos semelhantes aos antifúngicos médicos contribui para a resistência cruzada.
  • Solução: Limitar o uso de moléculas antifúngicas na agricultura para evitar a disseminação de fungos resistentes.

Incentivar a pesquisa de novas classes de moléculas antifúngicas

  • Problema: Os tratamentos atuais são limitados e os novos medicamentos enfrentam resistência.
  • Solução: Focar no desenvolvimento de novas classes de antifúngicos que atuem em alvos diferentes, minimizando a toxicidade.

Colaboração global entre setores de saúde e agricultura

  • Problema: A resistência fúngica impacta não apenas humanos, mas também animais e o meio ambiente.
  • Solução: Criar políticas globais que promovam a troca de informações e regulamentem o uso de fungicidas, equilibrando segurança alimentar e saúde.

Uso responsável de fungicidas na agricultura

  • Problema: O uso indiscriminado de fungicidas contribui para a resistência e prejudica o ecossistema.
  • Solução: Implementar práticas agrícolas sustentáveis, como a rotação de culturas e a alternância de fungicidas.

A pandemia silenciosa causada por infecções fúngicas resistentes é uma ameaça crescente, com milhões de vidas perdidas anualmente. O uso inadequado de fungicidas na agricultura está acelerando essa crise, tornando o tratamento cada vez mais difícil. Uma ação global coordenada entre o setor agrícola e médico é essencial para combater essa resistência e salvar vidas.

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