Investigação da BBC revela usuários verificados do X promovendo abuso infantil: Falhas na moderação e redes ilícitas expostas

Uma investigação conduzida pela BBC revelou que usuários verificados da rede social X (anteriormente Twitter) estavam compartilhando links para sites que aparentam vender vídeos de abuso sexual infantil. Esses usuários, identificados pelo "tique azul", pagam uma taxa mensal para obter maior visibilidade na plataforma. A BBC descobriu que, mesmo após denúncias e bloqueios, o conteúdo abusivo continuava a ser propagado através dessas contas. A investigação expõe não apenas a gravidade do abuso online, mas também as falhas na moderação de conteúdos pela plataforma.

Usuários verificados e abuso infantil

A investigação revelou que usuários verificados estavam usando o X para compartilhar links para sites que promovem vídeos de abuso sexual infantil. Embora o X tenha afirmado suspender as contas denunciadas, a gravidade da situação destaca falhas significativas na moderação de conteúdos.

Método de propagação: As contas compartilhavam links para canais do Telegram com arquivos rotulados com termos como "menino novo" e "menina nova". Alguns usuários postaram diretamente conteúdo explícito.
Moderação e responsabilidade: O X removeu algumas palavras-chave utilizadas para promover esses links, mas as investigações indicam que a plataforma foi lenta em agir.

Palavras-chave e redes de Pedofilia

A BBC encontrou que as palavras-chave usadas pelos pedófilos para interagir entre si em árabe estavam presentes em publicações de contas verificadas. Embora o X tenha bloqueado algumas dessas palavras, usuários continuaram a utilizar variações das mesmas palavras para se comunicar e divulgar conteúdo ilícito.

Papel do X: O X não forneceu esclarecimentos sobre o processo de verificação de contas e a moderação de conteúdo. A ausência de ações eficazes aumenta as críticas à plataforma.
Comparação com outras redes: O Instagram e o Facebook, pertencentes à Meta, já baniram essas palavras-chave em suas plataformas, sendo mais rápidos e eficazes na moderação.

Impacto da moderação e ações de contenção

Embora o X tenha suspenso algumas contas e removido conteúdos, a investigação revela que houve uma falha persistente em evitar a propagação de conteúdo prejudicial, principalmente após a aquisição da plataforma por Elon Musk e a redução do número de moderadores.

Falhas de moderadores: O X recebeu críticas, especialmente após a diminuição do tamanho de sua equipe de segurança em 2022, o que pode ter contribuído para a disseminação de conteúdos abusivos.

Confirmação de conteúdo abusivo

O conteúdo de abuso infantil foi investigado e confirmado por especialistas da Internet Watch Foundation (IWF). A fundação confirmou a presença de vídeos de abuso sexual infantil, classificando-os em diferentes categorias, incluindo atividades de extrema gravidade, como o abuso de crianças de 7 a 10 anos.

Categoria A

Atividades sexuais com penetração
Vídeos com crianças de 10 anos

Categoria B

Atividades sem penetração, mas de caráter abusivo
Meninas e meninos entre 7 e 10 anos

A investigação da BBC sobre o X revela sérias falhas na moderação de conteúdos, com usuários verificados utilizando a plataforma para promover links de sites de abuso infantil. Embora o X tenha removido algumas contas e palavras-chave, a eficácia das medidas adotadas ainda é questionável. Esse caso expõe a necessidade urgente de plataformas sociais implementarem sistemas de segurança mais rigorosos e ações rápidas para proteger crianças de abusos online.

O problema não se limita ao X; outras plataformas, como o Telegram, também foram citadas como espaços que hospedam conteúdos ilícitos. As autoridades devem intensificar as fiscalizações e as plataformas sociais precisam ser mais responsáveis pela integridade de suas redes.