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sábado, 28 de dezembro de 2024 às 10:29 GMT+0

Educação superior no Brasil: Como a desigualdade social afeta o futuro dos jovens

A desigualdade social no Brasil ainda é uma barreira significativa para muitos estudantes que sonham com o ensino superior. Embora políticas públicas tenham promovido avanços importantes, o caminho até uma educação mais igualitária continua desafiador.

Por que a educação superior ainda é um desafio para os mais pobres?

  • Vantagem dos mais ricos: Jovens de famílias com maior renda têm acesso a melhores escolas, aulas particulares e cursinhos, o que eleva suas chances de obter boas notas no Enem. Mesmo com desempenho mediano, podem pagar por faculdades privadas.
  • Barreiras para os mais pobres: Estudantes de baixa renda, geralmente oriundos de escolas públicas com infraestrutura precária, enfrentam dificuldades desde a preparação até a falta de recursos para continuar os estudos.

A lei de cotas: Um passo importante, mas insuficiente

Aprovada em 2012, a Lei de Cotas permitiu que mais alunos de escolas públicas ingressassem em universidades públicas, ampliando a diversidade.

  • Limitação: Apenas 24% das vagas no ensino superior estão em universidades públicas, restringindo o impacto dessa política.
  • Impacto nas escolhas: Muitos estudantes de baixa renda acabam escolhendo cursos gratuitos menos concorridos ou desistindo de ingressar no ensino superior.

O papel do dinheiro na escolha da carreira

  • Estudantes ricos: Possuem maior flexibilidade para escolher cursos e instituições de qualidade, independentemente das notas obtidas no Enem.
  • Estudantes pobres: Precisam ajustar suas escolhas às notas do Enem e às vagas disponíveis, frequentemente optando por cursos que nem sempre correspondem às suas aspirações.

Racismo e educação: Desigualdade multiplicada

Pesquisas mostram que estudantes pretos, pardos e indígenas enfrentam desafios adicionais, mesmo quando têm rendas familiares semelhantes às de estudantes brancos.

  • Discriminação estrutural: Desvantagens acumuladas ao longo da trajetória escolar ampliam a desigualdade racial, indo além da questão financeira.

Crescimento do ensino privado e à distância

O aumento de matrículas no ensino superior entre 1990 e 2020 (de 1,5 milhão para 8,6 milhões) foi impulsionado principalmente pela expansão do ensino privado e da educação à distância.

  • Desafio: Garantir que essas modalidades de ensino ofereçam qualidade para evitar a evasão e ampliar as oportunidades reais de trabalho.

O que pode ser feito para reduzir as desigualdades?

  • Políticas de financiamento acessível: Expandir e melhorar programas como o FIES, com condições que não gerem dívidas insustentáveis para os estudantes.
  • Melhoria na qualidade do ensino: Exigir que instituições privadas e à distância mantenham altos padrões de ensino.
  • Pesquisa e monitoramento: Integrar dados educacionais para identificar desigualdades e propor soluções eficazes, incluindo estratégias para reduzir a evasão.

A desigualdade no acesso à educação superior no Brasil não é um problema apenas de renda, mas também de estrutura e políticas públicas. Para garantir oportunidades reais a todos, é essencial investir em inclusão, permanência e qualidade do ensino. Um sistema educacional mais justo é a chave para transformar a vida de milhões de jovens e construir um país mais igualitário.

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