Crise de ansiedade não é frescura: Entenda as causas e como controlar esse transtorno

A ansiedade, um fenômeno natural e humano, tornou-se uma questão de saúde pública devido ao seu crescimento epidêmico. Embora seja uma resposta evolutiva essencial para a sobrevivência, sua forma patológica causa sofrimento e prejuízos significativos. Neste resumo, exploramos as diferenças entre ansiedade fisiológica e patológica, seus impactos e as estratégias disponíveis para seu manejo, com base no artigo do psiquiatra Marcelo Queiroz Hoexter e em fontes científicas confiáveis.
A ansiedade como resposta natural
1.
Origem evolutiva: Nos animais, o medo é uma reação inata diante de perigos, desencadeando respostas físicas como taquicardia, liberação de adrenalina e cortisol. Essas reações são agudas e cessam quando a ameaça desaparece.
2.
Nos humanos: A ansiedade pode persistir mesmo sem ameaça real, tornando-se crônica. Por exemplo, situações traumáticas podem deixar o corpo em estado de alerta por meses.
Um nível moderado de ansiedade é benéfico, pois aumenta o foco e a prontidão para desafios, como provas ou apresentações.
Quando a ansiedade se torna patológica
- Fronteira crítica: A ansiedade passa a ser problemática quando causa sofrimento intenso ou prejudica a vida diária, afetando relações sociais, desempenho profissional e bem-estar.
Sintomas comuns:
- Taquicardia, sudorese, insônia e irritabilidade.
- Preocupações excessivas e dificuldade de concentração.
Transtornos associados:
- Transtorno de ansiedade generalizada (TAG): Ansiedade crônica e desproporcional.
- Transtorno do pânico: Crises agudas com sensação de morte iminente.
- Fobias: Medos específicos, como fobia social ou de lugares fechados.
- Relação com outras doenças: Ansiedade pode acompanhar depressão, bipolaridade e abuso de substâncias, funcionando como um "sintoma febril" da saúde mental.
Bases neurobiológicas da ansiedade
-
Desequilíbrio cerebral: A ansiedade envolve falhas na comunicação entre a amígdala (responsável pelo medo) e o córtex (controle racional).
-
Alterações funcionais: Embora estudos mostrem diferenças sutis na estrutura cerebral em pacientes ansiosos, o diagnóstico individual ainda depende da avaliação clínica.
Estratégias para o manejo da ansiedade
1. Mudanças de hábitos:
- Atividade física: Exercícios aeróbicos regulares reduzem sintomas.
- Higiene do sono: Horários fixos, ambiente tranquilo e evitar eletrônicos antes de dormir.
- Técnicas de respiração e meditação: Ajudam a controlar crises agudas.
2. Desafios modernos:
- Uso excessivo de tecnologia: Celulares e redes sociais amplificam a ansiedade, especialmente em jovens. A educação digital é essencial para o uso equilibrado.
Tratamentos profissionais:
1.
Psicoterapia: Terapias cognitivo-comportamentais (TCC) ensinam a enfrentar, e não evitar, gatilhos.
2.
Medicação: Antidepressivos e ansiolíticos podem ser necessários em casos graves.
Um chamado para o equilíbrio
A ansiedade, em sua forma saudável, é uma aliada da sobrevivência. No entanto, quando desregulada, torna-se uma fonte de sofrimento que exige atenção multidisciplinar. Combinações de terapia, medicamentos (quando necessário) e hábitos saudáveis são a chave para o controle. Em um mundo hiperconectado e acelerado, educar sobre saúde mental e promover estratégias de autocuidado é urgente. Como destaca Hoexter, a ansiedade patológica não deve ser negligenciada — buscar ajuda especializada é o primeiro passo para recuperar o equilíbrio e a qualidade de vida.