Bullying sem fim: O Impacto das redes sociais na saúde mental dos jovens

A adolescência é um período marcado por transformações físicas, emocionais e sociais, essenciais para a transição à vida adulta. No entanto, fatores como redes sociais, pressões escolares e conflitos identitários têm amplificado o sofrimento psíquico nessa fase. Este resumo explora as causas, impactos e possíveis soluções para os desafios enfrentados pelos jovens.
As fontes do sofrimento adolescente
1.
Relações familiares e escolares: Dificuldades em casa, cobranças acadêmicas e exclusão social geram ansiedade e tristeza.
2.
Discriminação: Racismo, LGBTfobia e sexismo são agravantes, especialmente em ambientes escolares, que reproduzem desigualdades sociais.
3.
Redes sociais: A hiperexposição e a busca por padrões irreais intensificam inseguranças e a sensação de inadequação.
4.
Bullying digital: Diferentemente do bullying tradicional, o virtual não tem horário, perseguindo os jovens até em seus espaços de refúgio.
Reconhecer essas fontes é o primeiro passo para criar políticas de acolhimento e prevenção.
A escola como cenário de conflitos e possíveis soluções
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Pressão por desempenho: Muitas escolas priorizam resultados acadêmicos em detrimento do bem-estar, alimentando um ambiente ansiogênico.
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Violência estrutural: Racismo e LGBTfobia são frequentemente naturalizados, exigindo intervenções institucionais.
Propostas de mudança:
- Preparar professores para lidar com saúde mental, com workshops e apoio psicológico.
- Criar espaços de escuta coletiva, como grupos mediados por profissionais.
- Reduzir a ênfase na produtividade e priorizar a socialização entre alunos.
Escolas que equilibram ensino e acolhimento podem ser refúgios, não fontes de estresse.
O papel da terapia e dos pais
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Nomear as dores: No consultório, ajudar adolescentes a identificar e expressar sentimentos é crucial para o tratamento.
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Sigilo e confiança: O espaço terapêutico deve ser livre de interferências parentais, permitindo que o jovem explore sua identidade.
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Desafios familiares: Pais muitas vezes buscam "resultados rápidos" (como melhora nas notas), mas a terapia visa autoconhecimento, não obediência.
Psicanalistas destacam que a adolescência é um período de separação saudável dos pais, e o respeito a essa individualidade é essencial.
O impacto das redes sociais na construção identitária
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Identidades fragmentadas: A internet oferece um fluxo contínuo de referências, dificultando a formação de um "eu" estável.
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Comparação e frustração: Jovens medem seu valor por likes e padrões inalcançáveis, levando a autoódio e depressão.
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Regulação necessária: Especialistas apoiam a limitação do uso de celulares em escolas, mas destacam que a mudança deve começar em casa.
Exemplo: O Brasil recentemente proibiu celulares em salas de aula, medida elogiada, porém insuficiente sem acompanhamento familiar.
O sofrimento adolescente na era digital é multifacetado, envolvendo fatores sociais, familiares e tecnológicos. Para enfrentá-lo, é preciso:
1.
Fortalecer redes de apoio: CAPS (Centros de Apoio Psicossocial) e políticas públicas integradas.
2.
Repensar a educação: Escolas devem priorizar saúde mental e inclusão.
3.
Regular o digital: Equilibrar o uso da tecnologia com momentos de desconexão.
4.
Envolver as famílias: Pais precisam entender seu papel como modelos e apoiadores, não fiscalizadores.
Como afirma a psicanalista Diana Corso, "enquanto não dominarmos o monstro das redes sociais, seguiremos como telas estragadas". A saída está em combinar cuidado profissional, empatia e ação coletiva.