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quinta-feira, 16 de janeiro de 2025 às 11:33 GMT+0

Resumo sobre o cessar-fogo em Gaza: O que sabemos e o que ainda está em aberto

O recente acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas, anunciado em 15 de janeiro de 2025, marca uma pausa importante após 15 meses de intensos conflitos em Gaza. No entanto, diversos pontos permanecem sem resposta e geram incertezas sobre os próximos passos. A seguir, um olhar detalhado sobre os principais aspectos do acordo e o que ainda precisamos entender.

O contexto da guerra

A guerra entre Israel e o Hamas começou em 7 de outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, resultando em mais de 1.200 mortes e 251 reféns levados para Gaza. Israel respondeu com uma ofensiva aérea e terrestre, o que levou à morte de mais de 46 mil palestinos. Este conflito tem raízes profundas e complexas, envolvendo questões políticas, territoriais e históricas.

O que está no acordo de cessar-fogo?

O cessar-fogo é o resultado de meses de negociações indiretas mediadas pelo Catar. De acordo com o acordo, Israel e Hamas concordaram em pausar os combates, mas várias questões ainda precisam ser resolvidas.

Primeiros passos: Libertação de reféns

  • A fase inicial do cessar-fogo envolve a troca de prisioneiros e reféns. Pelo menos 33 reféns, incluindo mulheres, crianças, idosos e pessoas com deficiência, devem ser libertados em troca de prisioneiros palestinos. A troca será feita ao longo de seis semanas.

Ajuda humanitária e retorno de deslocados

  • O acordo também prevê o aumento da ajuda humanitária em Gaza e a permissão para que os palestinos que foram forçados a se deslocar retornem às suas casas no norte de Gaza. Além disso, hospitais serão reconstruídos, e a situação de saúde, agravada pelos ataques, deverá melhorar.

Questões cruciais que ainda não foram resolvidas

Embora o cessar-fogo tenha sido aceito, diversos detalhes permanecem incertos:

O futuro dos reféns e a recuperação de corpos

  • Ainda não se sabe se todos os reféns estão vivos ou mortos. O paradeiro de algumas vítimas é um mistério, o que gera uma grande angústia para as famílias. Além disso, os restos mortais dos reféns que faleceram devem retornar às suas famílias, mas o processo de identificação e entrega não foi esclarecido.

O fim definitivo da guerra

  • Apesar da pausa nos combates, o acordo não garante que a guerra tenha acabado de vez. Israel tem como um dos principais objetivos a destruição do poder político e militar do Hamas, mas a organização ainda possui forças ativas e capacidade de reagrupar. A dúvida é se este cessar-fogo será suficiente para um fim permanente do conflito.

A retirada das tropas e o controle de Gaza

  • Não está claro quando ou como as tropas israelenses deixarão Gaza, especialmente da zona-tampão na fronteira com o Egito. Além disso, a questão de quem governará Gaza após a guerra continua sem resposta. Israel rejeita que o Hamas continue no poder, mas também não aceita que a Autoridade Palestina (AP) governe o território. Existe a possibilidade de uma administração provisória até que a AP seja reformada.

Fases do cessar-fogo: O que esperar

O acordo de cessar-fogo está estruturado em três fases principais, cada uma com desafios e complexidades próprias.

Fase 1: Troca de Reféns e Retorno dos Deslocados

  • Durante as primeiras semanas do cessar-fogo, espera-se a troca de reféns e prisioneiros. As tropas israelenses começarão a se retirar das áreas povoadas, e a ajuda humanitária será intensificada. No entanto, a quantidade exata de ajuda e a logística do retorno das pessoas ainda precisam ser detalhadas.

Fase 2: Fim Permanente da Guerra e Novas Libertações

  • Na segunda fase, o objetivo é chegar a um acordo para o fim definitivo da guerra. Reféns adicionais, incluindo homens e civis, devem ser libertados em troca de mais prisioneiros palestinos. A retirada das tropas israelenses de Gaza também deve ser concluída nesta fase, mas o momento e os termos dessa retirada ainda são incertos.

Fase 3: Reconstrução de Gaza

  • A terceira fase envolverá a reconstrução de Gaza, um processo que pode levar anos. Além da reconstrução de infraestrutura, há a expectativa de que os palestinos possam retornar a todas as áreas de Gaza que foram afetadas pela guerra.

Quem tem o crédito pelo acordo?

  • O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reivindicou nas redes sociais o crédito pelo cessar-fogo, alegando que a vitória de novembro foi essencial para que o acordo fosse possível. No entanto, o governo do Catar e os Estados Unidos desempenharam papéis importantes nas negociações, com a colaboração de várias partes, incluindo o Egito.

Quais são os próximos passos?

  • A implementação do acordo depende da aprovação do gabinete de segurança de Israel. Embora o governo israelense tenha expressado apoio, membros de grupos de direita radical dentro da coalizão têm objeções ao acordo. Uma vez aprovado, o acordo será monitorado por uma coalizão internacional composta pelos EUA, Egito e Catar.

O cessar-fogo em Gaza é um passo importante, mas muitos desafios permanecem. A situação é frágil e um pequeno incidente pode facilmente desestabilizar o acordo. As questões de governança, a retirada das tropas israelenses e o futuro dos reféns ainda precisam ser resolvidas. No entanto, a esperança é que esse acordo possa ser o início de um processo mais amplo de paz e reconstrução para Gaza e a região.

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