Pablo Marçal é condenado novamente: Juiz detalha abuso de poder, fake news e esquema milionário em campanha

Pablo Marçal, influenciador digital e empresário, foi condenado pela segunda vez à inelegibilidade por oito anos pela Justiça Eleitoral de São Paulo. A decisão, publicada em 26 de abril de 2025, reforça penalidades por irregularidades durante sua campanha à prefeitura de São Paulo em 2024. O caso envolve acusações graves, como abuso de poder econômico e manipulação de redes sociais, e gera debates sobre ética e legalidade nas eleições.
O que motivou a nova condenação?
O juiz Antonio Maria Patiño Zorz, da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, considerou Marçal culpado por:
1.
Abuso de meios de comunicação: Uso de estratégias como "cortes" de vídeos (trechos editados para viralizar) com pagamento a colaboradores, burlando a fiscalização.
2.
Captação ilícita de recursos: Sistema de doações suspeitas, sem transparência sobre origem e destino dos valores.
3.
Descumprimento de ordem judicial: Multa de R$ 420 mil
por manter ativo seu perfil no Discord por 42 dias, ignorando uma determinação de suspensão durante as eleições.
Reação de Pablo Marçal
Em nota, Marçal afirmou que a decisão é "temporária" e que cumpriu todas as regras eleitorais. Seu time jurídico anunciou recurso, alegando confiança na reversão do caso.
Contexto das condenações anteriores
- Em fevereiro de 2025, Marçal já havia recebido outra pena de 8 anos de inelegibilidade por prometer apoio político em troca de doações (via Pix de
R$ 5 mil
) a candidatos a vereador. - As penas não se somam: Ambas valem pelo mesmo período (8 anos a partir de 2024).
Ações judiciais e acusações adicionais
Marçal enfrenta pelo menos cinco ações na Justiça Eleitoral, incluindo:
- Divulgação de laudo falso: Em 2024, ele compartilhou um documento fraudulento acusando o candidato Guilherme Boulos (PSOL) de usar cocaína, resultando em indiciamento pela Polícia Federal.
- Campanha agressiva: Uso de redes sociais para ataques a adversários e disseminação de desinformação sobre o fundo partidário.
Repercussão política
- Tabata Amaral (PSB), que denunciou parte das irregularidades, celebrou a decisão: "Fica clara a importância de enfrentar quem fraudou a eleição".
- Impacto eleitoral: Marçal ficou em 3º lugar no primeiro turno em 2024, com 28,14% dos votos, mas sua campanha foi marcada por polêmicas, como o confronto físico com José Luiz Datena (PSDB) em debate.
O que diz a legislação eleitoral?
As condenações se baseiam em violações à Lei Eleitoral (Lei 9.504/1997), que proíbe:
- Venda de apoio político: Troca de favores por doações.
- Propaganda irregular: Uso de redes sociais para distorcer fatos ou coagir eleitores.
- Ocultação de gastos: Falta de prestação de contas transparente.
A inelegibilidade de Pablo Marçal reflete o rigor da Justiça Eleitoral contra práticas que ameaçam a lisura democrática. Seus recorres podem prolongar o caso, mas as decisões até agora destacam desafios como o combate à desinformação e ao poder econômico nas campanhas. O episódio serve de alerta para candidatos e eleitores sobre os limites entre estratégia política e ilegalidade.