Lula a 2% dos 50%: Por que a aprovação do governo em 2026 pode definir as eleições – Análise Datafolha e cenário político

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um momento decisivo em sua trajetória, com a aprovação popular se equilibrando em um patamar crítico. Segundo a pesquisa Datafolha de abril de 2025, 48% dos brasileiros aprovam a gestão, enquanto 49% reprovam. Essa divisão reflete um cenário polarizado, mas também abre espaço para uma possível recuperação política, especialmente com as eleições presidenciais de 2026 se aproximando.
Importância do patamar de 50% de aprovação
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Sinal de estabilidade política: Alcançar 50% ou mais de aprovação é visto como um marco psicológico e estratégico. Governos que atingem essa marca costumam ter maior capacidade de articular agendas no Congresso e influenciar a opinião pública.
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Vantagem eleitoral: Historicamente, presidentes com aprovação acima de 50% chegam às eleições como favoritos. O cientista político Antônio Lavareda destaca que 80% dos incumbentes (titulares do cargo) no mundo se reelegeram quando mantinham bons índices.
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Efeito sobre a oposição: Uma aprovação elevada desestimula candidaturas adversárias, reorganizando o "grid de largada" eleitoral. Em 2022, por exemplo, a reprovação de Jair Bolsonaro (PL) foi decisiva para sua derrota.
Contexto atual e estratégias do governo
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Agenda positiva: O plano do governo inclui acelerar projetos populares, viagens e anúncios de medidas concretas para melhorar a percepção pública.
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Articulação política: A busca por aprovar leis de apelo popular no Congresso é uma prioridade, visando consolidar apoio.
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Disputa narrativa: A oposição, liderada por Bolsonaro, insiste no discurso de que a qualidade de vida piorou sob Lula, tentando capitalizar o descontentamento.
Paralelos internacionais e lições
Lavareda citou o exemplo dos Estados Unidos, onde o presidente Joe Biden desistiu da reeleição em 2024 devido à queda em suas pesquisas. Se Biden tivesse cerca de 48% de aprovação, como Lula tem hoje, sua sucessora, Kamala Harris, teria maiores chances. Isso ilustra como índices próximos a 50% podem definir rumos políticos.
Um cenário em aberto
A pesquisa Datafolha não indica uma tendência irreversível, mas mostra que Lula está em um campo de batalha competitivo. Se conseguir ultrapassar os 50% de aprovação, consolidará sua posição como favorito em 2026. Caso contrário, a disputa permanecerá acirrada, com a oposição explorando insatisfações. O próximo ano será crucial para definir se o governo conseguirá "passar de ano" — como definiram seus aliados — ou se enfrentará um cenário de incertezas. A política brasileira, mais uma vez, prova ser dinâmica e imprevisível.