Interpol alerta: Bigtechs dificultam investigação de crimes graves e PEC da Segurança pode mudar o jogo

Valdecy Urquiza, secretário-geral da Interpol e delegado da Polícia Federal brasileira, abordou em entrevista ao CNN Entrevistas dois temas cruciais para a segurança global:
1.
A dificuldade de acesso a informações das bigtechs em investigações criminais.
2.
A importância da cooperação entre forças de segurança, destacando a PEC da Segurança no Brasil como um avanço no combate ao crime organizado.
Esses debates refletem os desafios contemporâneos em equilibrar privacidade, tecnologia e eficiência policial, além da necessidade de estratégias unificadas contra a criminalidade transnacional.
O desafio das Bigtechs e a resistência no compartilhamento de dados
Urquiza afirmou que as grandes empresas de tecnologia ainda resistem a fornecer informações, mesmo diante de ordens judiciais. Essa postura dificulta investigações de crimes graves, como:
- Terrorismo
- Exploração sexual infantil
- Crime organizado transnacional
A Interpol e a regulamentação da criptografia
Em 2024, a assembleia-geral da Interpol aprovou uma resolução defendendo que, com autorização judicial, as polícias devem ter acesso a comunicações criptografadas quando envolvidas em crimes graves. Urquiza reforçou que, cumpridos os requisitos legais, não há justificativa para a negativa de dados essenciais.
Diálogo e resistência
Embora o diálogo entre autoridades e empresas exista, persiste uma cultura de restrição por parte das bigtechs. O chefe da Interpol acredita que, com bom senso e foco em casos de alta gravidade, é possível avançar sem violar direitos fundamentais.
A PEC da Segurança e a atuação coordenada contra o crime
Além do debate sobre tecnologia, Urquiza elogiou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança no Brasil, que prevê:
-
Unificação de bancos de dados de segurança pública.
-
Integração entre forças policiais (federal, estaduais e municipais).
-
Maior investimento na qualificação de policiais.
Por que essa coordenação é importante?
- O crime organizado tem alcance global, exigindo respostas conjuntas.
- Polícias bem equipadas e treinadas têm melhores resultados no combate à criminalidade.
- A corrupção e a falta de recursos enfraquecem a eficácia das investigações.
Urquiza classificou a iniciativa como "extremamente salutar", destacando que investir em inteligência e cooperação é uma das melhores práticas mundiais contra o crime.
Equilíbrio entre privacidade, tecnologia e segurança pública
Os dois temas abordados por Urquiza revelam os principais desafios da segurança no século XXI:
1.
Tecnologia vs. Investigação: Encontrar um modelo que permita o acesso a dados sem abrir brechas para abusos.
2.
Cooperação vs. Fragmentação: Unificar estratégias entre países e instituições para enfrentar redes criminosas complexas.
A Interpol, sob seu comando, busca mediar esses conflitos, defendendo que:
- Ordem judicial e transparência devem guiar o acesso a informações.
- Investimento em inteligência e treinamento policial é fundamental.
- A PEC da Segurança pode ser um modelo para outros países.
Enquanto as Bigtechs priorizam a privacidade, as polícias precisam de ferramentas eficazes. O equilíbrio entre esses interesses será decisivo para a justiça e a ordem global nos próximos anos.