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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2025 às 10:50 GMT+0

Estados Unidos acusam Brasil de censura: Entenda o impasse e repercussões

O governo dos Estados Unidos, sob a administração Trump, criticou o Brasil por supostamente adotar medidas contrárias à liberdade de expressão. As acusações estão relacionadas a decisões recentes do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que envolvem a remoção de conteúdos em redes sociais e a aplicação de multas a empresas americanas. O governo brasileiro, por sua vez, reagiu com firmeza, rejeitando as alegações e defendendo a soberania do país.

O que motivou a crise

Nos últimos meses, diversas redes sociais receberam ordens judiciais brasileiras para remover perfis e conteúdos considerados nocivos à democracia. Entre os casos mais polêmicos, estão:

  • Bloqueio do Rumble: A plataforma foi suspensa no Brasil por não ter representação legal no país e por se recusar a remover contas alinhadas à direita, incluindo a do blogueiro Allan dos Santos.
  • Conflito com Elon Musk: O bilionário e dono do X (antigo Twitter) criticou duramente o STF e ameaçou desobedecer ordens judiciais. Moraes, em resposta, determinou multas e possíveis sanções caso a empresa descumprisse decisões da Justiça brasileira.
  • Atuação de Eduardo Bolsonaro nos EUA: O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro intensificou contatos com congressistas americanos, tentando mobilizar apoio contra Moraes e apresentando as ações do STF como uma ameaça à liberdade de expressão.

O posicionamento dos Estados Unidos

  • O Departamento de Estado americano classificou as medidas brasileiras como censura e manifestou preocupação com o impacto dessas decisões sobre empresas americanas. Além disso, a Câmara dos Representantes dos EUA aprovou um projeto de lei conhecido como "Lei Sem Censores dentro de nossas Fronteiras", que pode levar à deportação de autoridades estrangeiras que violem a Primeira Emenda da Constituição americana, que protege a liberdade de expressão.

  • A postura do governo Trump reflete a preocupação de setores políticos e empresariais nos EUA de que as big techs possam sofrer interferências de governos estrangeiros. Além disso, figuras como Musk e aliados da extrema direita americana veem nas decisões do STF um exemplo perigoso de controle estatal sobre o discurso público.

A resposta do Brasil

O Itamaraty reagiu com indignação às acusações dos EUA, argumentando que:

1. As decisões do STF seguem a Constituição brasileira e visam combater a disseminação de desinformação e ataques contra a democracia.
2. A soberania do Brasil deve ser respeitada, e empresas estrangeiras que operam no país precisam cumprir suas leis, assim como ocorre nos Estados Unidos.
3. Não há censura, mas sim regulamentação para evitar abusos, garantindo que a liberdade de expressão não seja usada para justificar discursos de ódio ou manipulação política.

O que está em jogo

Essa disputa não envolve apenas questões legais, mas também fatores políticos e estratégicos:

  • Soberania nacional: Até que ponto um país pode impor suas leis a empresas estrangeiras sem interferência externa?
  • Liberdade de expressão versus regulação digital: Qual é o limite entre garantir a liberdade de expressão e impedir a disseminação de conteúdos nocivos?
  • Relações diplomáticas: O embate pode impactar o relacionamento entre Brasil e EUA, especialmente se Trump voltar à presidência em 2025.

A crise entre Brasil e Estados Unidos reflete um cenário global de tensão entre liberdade de expressão e regulação das redes sociais. Enquanto o STF defende suas decisões como necessárias para proteger a democracia, o governo Trump e aliados veem nelas um risco à liberdade individual e ao funcionamento das big techs. O desfecho dessa disputa pode ter repercussões importantes, tanto para o cenário político brasileiro quanto para o futuro da regulamentação digital em todo o mundo.

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