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quinta-feira, 19 de dezembro de 2024 às 10:59 GMT+0

Análise: O governo ignora os impactos negativos da economia e da reforma tributária

A gestão fiscal do Brasil está em uma encruzilhada. Com um cenário internacional desafiador e uma política econômica interna que gera incertezas, o governo brasileiro opta por minimizar os impactos negativos da economia e das reformas em andamento. Essa postura pode estar agravando a fragilidade das contas públicas e dificultando a retomada do crescimento sustentável.

Contexto internacional: A tempestade que se aproxima

As decisões econômicas globais têm impactos diretos no Brasil:

  • Federal Reserve: O Banco Central dos EUA decidiu manter as taxas de juros altas por mais tempo, fortalecendo o dólar e pressionando moedas emergentes como o real.
  • Cenário político nos EUA: A possível volta de Donald Trump e suas políticas econômicas reforçam a valorização do dólar, ampliando os desafios para economias como a brasileira.

Esse contexto cria um ambiente econômico global mais hostil, no qual o Brasil precisa lidar com um câmbio desfavorável, juros altos e maior dificuldade de atrair investimentos externos.

Política interna: Reformas e negação dos problemas

Internamente, o governo brasileiro adota um discurso de otimismo, mas ignora questões fundamentais:

  • Fragilidade fiscal: As contas públicas estão pressionadas por gastos elevados e crescimento econômico abaixo do esperado. Mesmo com promessas de responsabilidade fiscal, os dados mostram uma realidade preocupante.
  • Reforma tributária: Apresentada como solução para problemas históricos, a reforma pode, na prática, gerar insegurança jurídica e aumento de carga tributária em alguns setores, desestimulando investimentos e dificultando a competitividade.
  • Discurso de defesa: O governo atribui os problemas econômicos a fatores externos ou especulações do mercado, sem admitir os desafios estruturais internos.

Essa abordagem, centrada em negar os problemas, impede que ações concretas sejam tomadas para corrigir os rumos.

Impactos da posição governamental

  • Menos opções econômicas: A deterioração fiscal reduz as alternativas do governo para implementar políticas eficazes, limitando a capacidade de resposta em momentos críticos.
  • Custo político crescente: As negociações se tornam mais difíceis, aumentando o preço político para aprovar medidas necessárias.
  • Perda de confiança: Investidores e agentes econômicos percebem inconsistências entre o discurso e a prática, o que reduz a confiança no país como destino de investimentos.

Reforma tributária: Solução ou risco?

Embora necessária, a reforma tributária tem gerado preocupações:

  • Impactos regionais: Estados e municípios temem perda de arrecadação.
  • Complexidade do sistema: A promessa de simplificação esbarra em detalhes que podem aumentar a burocracia.
  • Competitividade prejudicada: Setores estratégicos alertam para um aumento de custos, reduzindo a capacidade de competir no mercado global.

Se mal implementada, a reforma pode piorar o cenário fiscal, em vez de melhorar.

Um alerta ignorado

  • O Brasil está em um ponto crítico, no qual decisões imediatas são necessárias para evitar maiores dificuldades no futuro. No entanto, a postura governamental de ignorar os sinais de alerta fiscal e minimizar os impactos negativos das reformas pode levar a restrições ainda maiores na política econômica, comprometendo a estabilidade do país.

Para recuperar a confiança e criar um ambiente econômico favorável, o governo precisa enfrentar os desafios de frente, ajustando suas políticas com base em uma análise realista e transparente da situação fiscal e das reformas necessárias.

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