Tarifas de Trump contra o Brasil: Como o 'tarifaço' ameaça a indústria de máquinas e equipamentos no mercado nacional e internacional

As novas tarifas comerciais anunciadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 2 de abril de 2025, estão gerando preocupação na indústria brasileira de máquinas e equipamentos. De acordo com José Velloso, presidente-executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), as medidas podem reduzir a competitividade das exportações brasileiras e aumentar a pressão concorrencial no mercado interno. Este resumo detalha os principais impactos, as causas e as possíveis soluções discutidas, baseando-se em fontes confiáveis, como a CNN e declarações da Abimaq.
Perda de competitividade nos Estados Unidos
Os Estados Unidos são o principal destino das exportações brasileiras de máquinas e equipamentos, representando 7% do faturamento do setor. Com a nova tarifa de 10%, os produtos brasileiros ficarão menos competitivos em relação aos concorrentes locais. Isso pode levar a uma redução nas vendas e afetar diretamente a receita das empresas nacionais.
Aumento da concorrência no mercado interno
Um efeito indireto, porém considerado mais grave, é o "desvio de comércio". Países como China, Japão, Coreia do Sul e nações europeias, que enfrentarão tarifas ainda mais altas nos EUA, poderão redirecionar suas exportações para o Brasil. Isso já ocorreu em 2023, quando as importações chinesas de máquinas cresceram 34%, mesmo com uma queda de 0,2% no consumo interno. Como resultado, a participação da indústria brasileira no mercado doméstico caiu de 60% para 54%.
Custos adicionais e desafios estruturais
Além das tarifas, o setor já enfrenta outros obstáculos, como o aumento do preço do aço, um insumo essencial para a produção de equipamentos. Esse cenário tem prejudicado a competitividade da indústria nacional, tornando-a mais vulnerável à concorrência internacional.
Possíveis soluções e ações governamentais
Velloso elogiou a rápida reação do governo brasileiro em buscar negociações diplomáticas com os EUA. Ele defende a adoção de uma política de "escalada tarifária", que estabeleceria impostos progressivos conforme o nível de processamento dos produtos. Essa estratégia incentivaria a agregação de valor no Brasil, fortalecendo a industrialização e reduzindo a dependência de matérias-primas básicas.
O "tarifaço" de Trump representa um desafio significativo para a indústria brasileira de máquinas e equipamentos, com efeitos tanto nas exportações quanto no mercado interno. A perda de competitividade nos EUA e a possível invasão de produtos estrangeiros exigem ações estratégicas, como negociações comerciais e políticas industriais que promovam a valorização da produção nacional. A situação reforça a necessidade de o Brasil diversificar seus mercados e investir em inovação para manter sua relevância no cenário global.