Guerra comercial: Trump pausa tarifas em 90 dias e eleva taxa da China para 125% – Estratégia ou recuo?

Em 9 de abril de 2025, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas recíprocas elevadas, limitando-as a 10% para a maioria dos países, enquanto aumentou para 125% as taxas sobre produtos chineses. O movimento gerou debates: foi uma estratégia planejada para pressionar negociações ou um recuo diante de pressões econômicas e políticas?
O anúncio e seus detalhes
1.
Pausa de 90 dias: Trump suspendeu tarifas superiores a 10% para 57 países, incluindo União Europeia, Brasil e outros parceiros comerciais.
2.
Exceção: China manteve tarifa de 125%, justificada por Trump como resposta à "exploração histórica" chinesa no comércio global.
3.
Efeito imediato: Mercados reagiram com alta nas bolsas, aliviados pela redução temporária do risco de uma guerra comercial ampla.
Foi um recuo ou parte da estratégia?
Argumentos da Casa Branca
Planejado desde o início: O secretário do Tesouro, Scott Bessent, afirmou que a pausa sempre foi parte da tática para iniciar negociações bilaterais. Mais de 75 países já teriam entrado em contato para dialogar.
"Arte da Negociação":
Peter Navarro, assessor comercial, declarou que tudo ocorreu "como deveria", sugerindo que a medida visava criar alavancagem para acordos futuros.
Indícios de pressão externa
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Turbulência nos mercados: Antes do anúncio, houve queda nos títulos, críticas de republicanos e descontentamento público, indicando que a decisão pode ter sido uma resposta a crises iminentes.
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Trump admitiu nervosismo: Em postagens na Truth Social, ele pediu calma e reconheceu que os mercados estavam "abatidos", sinalizando sensibilidade às reações negativas.
Críticas dos opositores
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Democratas acusam "governo pelo caos": O senador Chuck Schumer afirmou que Trump "recuou" diante das consequências, mostrando incoerência.
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Aliados comerciais confusos: Países como Canadá e México ficaram inicialmente sem saber se estavam incluídos na pausa, revelando falta de clareza na comunicação.
Por que Trump pausou as tarifas?
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Ganhar tempo para negociações: A pausa permite que os EUA negociem individualmente com cada país, evitando uma retaliação em massa.
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Concentrar fogo na China: Enquanto acena para outros parceiros, Trump intensifica a pressão sobre Pequim, alinhando-se com a política de contenção chinesa já adotada por Biden.
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Conter crise econômica: A medida pode ter sido uma forma de acalmar investidores e evitar uma recessão iminente causada por tarifas excessivas.
Reações e impactos
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China retaliou com tarifas de 84% e restrições a 18 empresas norte-americanas, principalmente do setor de defesa.
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Mercados em alívio temporário: Bolsas subiram após o anúncio, mas a incerteza persiste sobre o que acontecerá após os 90 dias.
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Risco de reacendimento: Se as negociações falharem, Trump pode reativar tarifas altas, reiniciando a instabilidade.
Estratégia ou necessidade?
A pausa nas tarifas parece ser uma mistura de cálculo político e adaptação às circunstâncias. Por um lado, Trump mantém sua postura dura contra a China, enquanto busca evitar colapso econômico com outros parceiros. No entanto, a falta de clareza e as admissões de nervosismo sugerem que a decisão não foi totalmente planejada.
Os próximos 90 dias serão cruciais:
1.
Se os EUA fecharem acordos vantajosos, Trump poderá afirmar que sua tática funcionou.
2.
Se as negociações fracassarem, o risco de uma nova escalada tarifária global permanece.