Guerra comercial EUA-China: Tarifa reduzida? Negociações secretas, futuro do TikTok e impactos no mercado financeiro

As tensões comerciais entre Estados Unidos e China voltaram ao centro das atenções globais nesta quinta-feira, 17 de abril de 2025, após declarações do presidente Donald Trump. Em conversa com jornalistas na Casa Branca, Trump afirmou que ambos os países estão mantendo contato e que acredita na possibilidade de um novo acordo comercial.
Início de um novo ciclo de negociação-
Trump declarou que “nós faremos um acordo com a China”
, indicando que autoridades chinesas, ligadas diretamente ao presidente Xi Jinping, teriam procurado o governo norte-americano “várias vezes”. Apesar de não confirmar um contato direto com Xi, Trump afirmou que o canal de diálogo permanece ativo, sinalizando uma retomada das tratativas bilaterais.
- A afirmação acontece em um momento delicado da relação entre as duas potências, marcada por embates tarifários, desconfiança tecnológica e disputa por influência geopolítica. Segundo Trump, há espaço para construir um entendimento dentro de um prazo de “três a quatro semanas”.
Importância das tarifas e impacto no comércio global
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As tarifas impostas por Washington sobre produtos chineses têm sido um dos pontos centrais das disputas comerciais. A mais recente sinalização da Casa Branca indicava que essas tarifas poderiam alcançar até 245%, o que gerou preocupação entre investidores e consumidores. No entanto, Trump demonstrou recuo ao afirmar que o governo norte-americano não estaria mais inclinado a elevar as tarifas e que elas poderiam até mesmo ser reduzidas.
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A lógica por trás da possível revisão é clara:
“Se as tarifas forem altas demais, as pessoas não vão comprar”
, afirmou Trump, destacando o risco de retração no consumo e os efeitos negativos para o próprio mercado norte-americano.
Relevância estratégica do TikTok e outras pautas associadas
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Trump ainda afirmou que qualquer decisão sobre o futuro do TikTok — aplicativo de propriedade chinesa que enfrenta pressão regulatória nos EUA — será adiada até que as pendências comerciais com a China estejam resolvidas. Isso mostra como o tema das tarifas ultrapassa o campo econômico e entra diretamente no debate sobre segurança, tecnologia e soberania digital.
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Além disso, paralelamente à questão com a China, os Estados Unidos também têm discutido tratados comerciais com outros países como o Japão. De acordo com fontes da CNN e da Reuters, essas negociações caminham de forma “altamente satisfatória”, o que indica uma movimentação diplomática mais ampla por parte do governo norte-americano.
Repercussão internacional e a cautela da União Europeia
- A presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, também se posicionou recentemente sobre a guerra tarifária global. Segundo ela, a União Europeia precisa estar “preparada para o imprevisível”, destacando os possíveis impactos que um impasse prolongado entre EUA e China pode causar à economia mundial.
As declarações de Donald Trump reacendem a expectativa de uma possível trégua na disputa comercial entre Estados Unidos e China. O retorno ao diálogo direto, ainda que sem prazo definido, representa um passo importante diante do risco de novas escaladas tarifárias. A sinalização de que as tarifas podem ser reduzidas e a disposição para um acordo nos próximos 30 dias fortalecem o otimismo dos mercados, mas também exigem cautela. Afinal, o histórico das negociações entre as duas potências mostra que avanços podem ser revertidos rapidamente diante de impasses políticos, econômicos ou tecnológicos.