Análise: Crise fiscal pós-2026: Por que Lula está adiando o ajuste das contas públicas? Eleições e risco econômico para 2027

Governar exige decisões difíceis sobre orçamento, especialmente quando os recursos se tornam escassos. O artigo de William Waack, publicado em 16/04/2025, discute como o governo Lula (terceiro mandato) está adiando ajustes fiscais necessários, priorizando estratégias eleitorais para 2026. O texto alerta para um possível colapso nas contas públicas a partir de 2027, caso nada seja feito.
A situação fiscal atual: Um problema adiado
1.
Despesas livres zeradas: O governo projetou que, até 2026, não haverá mais margem para realocar gastos no orçamento, limitando sua capacidade de gestão.
2.
Risco de colapso em 2027: Sem medidas corretivas, as contas públicas podem entrar em crise devido ao aumento de despesas obrigatórias (como precatórios) e à falta de flexibilidade orçamentária.
Fonte: Projeções enviadas ao Congresso e análises de institutos como o IFI (Instituição Fiscal Independente), que alertam para o crescimento insustentável da dívida pública.
A estratégia eleitoral de Lula
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Evitando impopularidade: O presidente optou por adiar cortes de gastos ou reformas fiscais, temendo prejudicar sua base eleitoral em 2026.
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Medidas populares no curto prazo: Isenções de Imposto de Renda, expansão do crédito consignado e auxílios pontuais são usados para fortalecer apoio político.
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Fragilidade da oposição: A falta de união entre os opositores e a indefinição de um candidato forte também favorecem a estratégia de Lula.
Os riscos e incertezas
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Dependência do Congresso: O governo precisa do Legislativo para aprovar medidas que aumentem a arrecadação, já que cortes são descartados.
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Cenário externo imprevisível: Fatores como crises globais ou mudanças nos mercados podem agravar a situação fiscal antes do previsto.
Fonte: Economistas citados no texto destacam que o atual arcabouço fiscal não está contendo o crescimento da dívida, o que pode levar a um ajuste mais doloroso no futuro.
Uma bomba-relógio fiscal
O artigo revela um dilema entre política e economia. Enquanto Lula prioriza a sobrevivência eleitoral, o país se aproxima de um cenário de estrangulamento fiscal. A falta de ação hoje pode significar medidas mais duras e recessivas após 2026, afetando serviços públicos e a economia. O texto serve como alerta: a postergação de decisões difíceis, embora vantajosa no curto prazo, coloca em risco a estabilidade futura do Brasil.